O dia em que escolhi deixar de comer animais
Olá, amores! Aqui é a Alzira, e hoje lanço o meu blog onde passarei a registar e compartilhar o meu dia-a-dia tirar algumas dúvidas e principalmente divulgar as minhas receitas de pratos vegetarianos ou veganos, onde não entra nenhum pedaço de origem animal, isto claro para quem se interessa sobre o vegetarianismo.
O DIA EM QUE DECIDI DEIXAR DE COMER ANIMAIS
Eu tornei-me vegetariana em 2017 (4 anos atrás), depois de assistir muitos documentários sobre o assunto.
No início foi faseado e bem difícil, não pela mudança mas muito pelos comentários desagradáveis de muitas pessoas que nos olhavam de lado (marido junto) chegando até sermos motivo de piadas sobre o que comíamos ou deixávamos de comer...
Porém, mais ou menos dois meses depois de começar, já nos sentia-mos 100% adaptados e nem sentia-mos mais a falta de carne!
E claro a nossa carteira "agradeceu" bastante pois as contas em talhos (açougues) eram bem caras.
Alem da mudança ter sido positiva, o nosso orçamento ficou bem mais "aliviado"
Tomamos essa decisão principalmente por causa dos maus-tratos aos animais, mas, além disso,
algo realmente impactante foi descobrir os danos causados ao meio ambiente devido à indústria da carne.
Para quem se interessar sobre isso, ou queira entender mais sobre o que se passa com a industria pecuária, recomendo assistir o documentário Cowspiracy, disponível na Netflix.
Também costumo ouvir “agora o vegetarianismo está na moda”.
Para mim, o que acontece é que a conscientização está cada vez mais a crescer, devido ao maior número de documentários e notícias sobre o assunto – o que é ótimo!
Também vejo muitas pessoas dizendo que essa dieta pode causar problemas de saúde.
É muito importante que você procure um nutricionista para o orientar melhor nessa mudança.
Posso afirmar que, para mim, foi muito benéfico, pois aproveitei essa mudança para comer de uma forma mais consciente.
Para quem se interessar, separei algumas dicas de pessoas veganas e vegetarianas para seguir e acompanhar !
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Rafael Pinto |
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Meaningful Flavours |
A minha transição foi muito marcada por diversas mudanças:
a aceitação do meu cabelo natural, a mudança radical dos planos de vida, a entrada em alguns cursos de nutrição, nutrição vegana e vegetariana, etc...
Com tantas mudanças de pensamento a acontecer, eu passei a questionar absolutamente tudo.
Inclusive a minha relação com animais e com o ambiente.
Foi um processo longo de reflexão que não se deu da noite para o dia.
Em suma: decidi parar de comer carnes, ovos, leite e mel.
Parei de comprar tecidos animais, como couros e produtos da seda.
Também procuro usar cosméticos não testados, que não possuam queratinas e colágenos animais,
entre outros componentes. Não financio eventos com crueldade animal, como touradas (Ativista intensa anti touradas em Portugal), ou turismo com animais (nado com golfinhos, sea world com baleias, entre muitos outros).
Qual a diferença entre veganismo e vegetarianismo?
O veganismo é uma postura ética baseada na ideia de que os animais têm direitos políticos e de que os humanos não podem violentá-los para utilização em comida, cosméticos, roupas, trabalho, testes, entre outros.
Os bichinhos merecem viver suas vidas próprias, sem que sofram nenhum tipo de exploração humana.
O veganismo é radicalmente contra o especismo, que é a ideologia que coloca algumas espécies como superiores a outras. Essa mentalidade de que o mundo gira ao redor de nós, humanos, levou à destruição do meio-ambiente, à exploração de animais, e é o que causa a exploração também de outros humanos. Já o vegetarianismo consiste na eliminação parcial ou total de derivados animais da dieta.
Ovolactovegetarianos consomem leite, queijo e ovos, enquanto vegetarianos estritos eliminam todos os derivados. É importante notar que peixes e frangos também são animais, então uma pessoa que os consuma não pode ser vegetariana. Eu encaro o veganismo como “fazer o possível pelos animais, no lugar que eu estou, com as condições materiais que tenho”. O que significa isso?
O veganismo só é possível a partir das informações a que tenho acesso e quando são apresentados nos rótulos. Ou seja, nem sempre dá para saber informações sobre todas as empresas do mundo, e os seus produtos supostamente vegetarianos ou veganos que eles fazem chegar até nós. Paciência. Fazemos o que dá.
O veganismo é possível a partir do dinheiro que tenho disponível.
Se eu não tenho dinheiro disponível para comprar salsichas veganas no supermercado, vou investir em chuchu, beringela e curgetes para acompanhar lindamente o meu arroz e feijão de todo dia. Na pior das hipóteses, utilizo algum produto com animais enquanto não achar substitutos.
Por exemplo, ainda não consegui encontrar uma tinta vegana acessível, então estou sem pintar o meu cabelo há "mil anos"( A minha cabeleireira pode confirmar isso). O veganismo é possível desde que não comprometa a nossa vida. Não existem remédios veganos e eu faço o possível para evitá-los. No entanto, se estiver em algum contexto que precise deles para não ficar doente, ou mesmo não morrer, tomarei os remédios.
O veganismo é adaptável à realidade local. Ou seja, se estou em Barcelos, farei o possível para me alimentar de forma local. Não faltam produtores locais onde encontro tudo o que preciso, com excelente qualidade e preço. Eu utilizo abacates e outros ingredientes fáceis de encontrar para receitas caseiras.
Se estou no Porto, tenho mais facilidade de encontrar cogumelos e outros produtos orientais, como missô e tofu.
O veganismo é lindamente adaptável à sua realidade local.
Alguns mitos:
1- Veganos são pessoas ricas que têm condição de comprar iogurtes de soja e produtos caros
Não necessariamente.
Eu não tenho dinheiro para iogurtes de soja e linguiças industrializadas veganas.
Não tenho dinheiro para comer fora todos os dias.
Não tenho dinheiro para pagar para que alguém cozinhe pra mim. E nem o faria se tivesse, pois adoro cozinhar.
No entanto, e apesar de tudo, eu tenho acesso a um restaurante vegetariano onde posso almoçar com qualidade, e ao final de semana posso comer uma Francesinha vegetariana super mega deliciosa nesse mesmo restaurante que é o Oriente Restaurante Vegetariano no Porto.
Também tenho tempo para preparar, cozinhar o meu próprio alimento. Tenho tempo de preparar as minhas bebidas e vegetais fermentados.
Tenho acesso à internet onde posso pesquisar, estudar e obter mais conhecimento.
Obviamente, são privilégios. Tendo esses privilégios na minha mão, faço o máximo uso possível deles.
Se você está a ler este post, posso presumir que você tem acesso à internet e a informação chega até você.
Provavelmente, você já comeu hoje. O que você poderia fazer com estes privilégios?
Se você quer obter mais conhecimentos sobre preparação de pratos vegetarianos, recomendo (Vou atualizando):
Desafio Vegetariano Portugal no Facebook
Vegan Kitchen PT no YouTube
2- Plantas também sofrem
Plantas não possuem sistema nervoso e não são capazes de sentir dor.
No entanto, se assumirmos que plantas sentem dor, ainda assim um estilo vegano de vida seria o mais indicado para quem quisesse evitar o sofrimento dos vegetais,
uma vez que a produção de derivados animais exige uma quantidade absurda de produção de vegetais, como a soja.
3- A dieta vegana/vegetariana é pobre em nutrientes
A combinação de vegetais diferentes garante ao organismo os aminoácidos essenciais, que são aqueles aminoácidos que o corpo não produz naturalmente.
Uma mistura de qualquer cereal (milho, arroz, arroz integral, trigo) e leguminosas (grão de bico, feijão, lentilha, ervilha) já garante todos esses aminoácidos.
Fora as oleaginosas, vegetais verde-escuros como couve e espinafre que também nos garante mais proteínas.
Além isso, na alimentação vegetal não há colesterol, que é algo exclusivamente animal.
A dieta vegana é também naturalmente rica em fibras.
O ferro quando associado à vitamina C é melhor absorvido. Uma laranja após almoço com feijão já é perfeito para fazer com que o ferro seja absorvido.
E ao contrário do que imaginamos, o leite não é bom repositor de cálcio.
O que uma pessoa pode fazer para diminuir impactos?
Você não precisa aderir ao veganismo ou vegetarianismo para tornar a sua existência mais consciente acerca dos impactos causados no planeta, animais e nas pessoas.
Você pode fazer alguma destas coisas que são simples, fáceis e práticas.
1- Procure produtos não testados em animais
É absurdo que esta prática continue a acontecer de modo recorrente, especialmente porque já existem tantas outras alternativas. A nossa principal saída é o boicote.
2- Um dia da semana sem carne
Escolha um dia da semana (ou mais se quiser) para não comer carne. A redução já é considerável
3- Faça receitas caseiras veganas eventualmente
Como eu faço, você pode aproveitar o tempo livre dos finais de semana e feriados para aprender receitas veganas.
Você pode levar para casa de amigos e vizinhos, para festas e confraternizações.
E por ultimo para as meninas e meninos mais novos que ainda não aprenderam a cozinhar, podem começar a aprender sem crueldade, com receitas veganas.
4- De prioridade a marcas, estabelecimentos e lojas com produtos veganos e ecológicos
Procure financiar empresas e lojas veganas.
Antes de comprar algo, cultive o hábito de fazer pesquisas sobre o histórico das marcas.
Para completar, você ainda pode buscar empresas e marcas que não financiem trabalho escravo.
Por ultimo deixo aqui uma foto dos meninos e meninas que nos acompanham. São a Ines a Maria a Mira a Havana o Yugo e o Neguinho
Espero mesmo que gostes e que te possa ajudar, motivar e, de certa forma, inspirar! Não esquecendo: Mesmo que você não tenha vontade de aderir ao vegetarianismo, um dia por semana sem comer carne já ajuda muito os animais e o meio ambiente.
Cada um deve fazer o que está ao seu alcance!
O Blog da Zirita é o meu projeto! Um projeto de partilha de receitas fáceis de fazer, práticas, nutritivas e saborosas e de diversas informações e dicas úteis ❤️
Vais acompanhar-me? O que esperas ver aqui? 🥰
Beijão,
Zirita
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